Friday, May 21, 2004

O Tareco volta a atacar...

Nós e o Mundo
Por MIGUEL SOUSA TAVARES
Sexta-feira, 21 de Maio de 2004

1 - Daqui até Novembro, o Governo de Ariel Sharon vai ter as mãos livres para fazer o que quiser na Palestina. Não que a sua liberdade de acção, à revelia da ONU e das leis internacionais, não fosse já praticamente total, desde que o amigo George W. Bush chegou à Casa Branca. Mas, quando as coisas eram particularmente chocantes, a Administração Bush lá pedia alguma contenção e Sharon continha-se, a custo. Agora e até às eleições de Novembro, Bush não quer saber de Israel para nada. A única coisa que o preocupa, para além da reeleição, é o Iraque e porque a imprensa e o escândalo mundial a isso o obrigam - de outro modo, também lhe seria já indiferente.

À solta, Ariel Sharon revela exuberantemente aquilo que é: um verdadeiro terrorista. Para abandonar meia dúzia de colonatos em Gaza - que não representam nada para Israel, mas cujo abandono ele apresentará como "grande concessão" - faz questão de deixar a terra queimada para trás. Invocando o eterno argumento da "segurança", dedica-se a destruir, antes mesmos dos colonatos a abandonar, as casas do palestinianos que lá vivem, na sua maioria refugiados de guerra. A ideia é deixar virtualmente inabitável um território que já de si só oferece condições de sobrevivência miseráveis.

Sufragado pelas sondagens, autorizado pelo Supremo Tribunal de Justiça de Israel, o exército de Telavive cumpre a nobre missão de saquear e destruir casas de civis palestinianos. E, quando estes, sem mais nada puderem fazer, se juntam aos milhares numa manifestação pacífica e desarmada em Gaza, Israel bombardeia a manifestação com tanques e aviões, deixando um mar de sangue e corpos de crianças esventrados no chão, culpadas do crime de protestarem contra a destruição das suas casas. Mas, como disse Bush, "Israel tem o direito de se defender do terrorismo". Terrorismo? Mas o que é isto senão terrorismo de Estado?

Israel perdeu há muito a razão, a memória, a história e a honra. Os Estados Unidos, seus cúmplices de toda a hora e todos os crimes, também. Mas porque mantém o resto do mundo, a Europa, relações de igualdade e Estado a Estado com o Estado de Israel? Por que razão o terrorismo é apenas a bomba palestiniana que mata civis indiscriminadamente num café de Jerusalém e não igualmente o míssil disparado de um avião israelita contra uma manifestação de civis palestinianos? Se o terror se define de acordo com a sofisticação dos meios usados, então relembremos que, antes de dispor do último grito em aviões franceses e mísseis americanos, os judeus da Palestina só tinham bombas e foi com elas que abriram caminho à criação do seu Estado, contra a administração britânica.

2 - Com o petróleo a chegar aos 42 dólares o barril, podemos realizar quão frágil é uma recuperação económica e uma economia mundial que continuam a basear-se fundamentalmente no consumo de energias não renováveis. Com a entrada retumbante da China no mercado mundial, com os seus índices de crescimento de 12 por cento ao ano e sem petróleo próprio, com a situação no Médio Oriente pior do que nunca e tornada totalmente volátil graças à aventura iraquiana, o horizonte está carregado de nuvens negras. Os Estados Unidos, que não abrandam o seu consumo e aumentam a quota de petróleo importado (daí as relações agora estreitas e solidárias com a oligarquia angolana), guardam a produção própria para a constituição de reservas estratégicas, cuja dimensão é segredo de Estado. São a China e os Estados Unidos, por razões diferentes, que estão na origem da subida do preço do petróleo. E, se amanhã houver uma crise de abastecimento à escala global, quem não se tiver preparado para ela fica bloqueado.

É a esta luz que devemos observar com atenção as manobras em volta da Galp e que, segundo o ministro Carlos Tavares, não se tratam propriamente de uma privatização, mas sim da venda da posição de um parceiro estrangeiro e que circunstancialmente se encontra nas mãos do Estado. Seja a coisa o que for, permanece a pergunta sem resposta: para quê vender? O que será mais importante: o défice ou o controlo de um sector absolutamente estratégico da economia nacional? Se amanhã houver que tomar decisões cruciais de política energética nacional na Galp e lá estiverem, na administração, interesses estrangeiros e nomeadamente americanos, a quem obedecerão eles?

O que vale para a Galp vale para as águas e vale para a TAP. Qual o interesse nacional servido pela privatização das águas - outro sector absolutamente estratégico - ou pela dissolução da TAP na Star Aliance, com prejuízo imediato das carreiras altamente rentáveis e florescentes do Brasil e o fim do papel de representação externa que a companhia sempre desempenhou, com benefícios para o país que não são traduzíveis simplesmente em resultados financeiros? Sinceramente, gostava que o Governo, ao menos, se preocupasse em explicar-nos estes altos negócios que por aí correm, no segredo dos gabinetes governamentais e nos escritórios dos "sábios" e da próspera advocacia de tráfico de influências - onde demasiadas vezes aparecem sobrepostos os partidos e o Estado. Até pode acontecer que tenham razão e tudo isto seja inevitável ou útil para o país. Mas, então, expliquem-nos, para que não aconteça como me aconteceu a mim há dias, ao seguir um debate televisivo sobre a venda da Galp e ficar com a sensação nítida de que o deputado do PSD que ali estava representava, não os interesses do país, mas os de um dos concorrentes à compra e que, chamado a justificar a sua necessidade ou utilidade, não conseguia dizer nada mais do que repetir o eterno chavão de que vivemos numa economia globalizada.

3 - Como alguém escreveu há dias, os altos dirigentes do PSD, mesmo quando governantes ou até primeiros-ministros de Portugal, "passam-se" quando vão à Madeira. "They go native", como dizem os americanos, ou "cafrealizam-se", como dizíamos nós antigamente dos portugueses em África. Especialmente, se se está em vésperas de um congresso partidário - onde Jardim é sempre um apoio que, só eles sabem porquê, toda a gente busca -, os elogios em que se desfazem ao régulo da Madeira atingem a dimensão de insulto aos pagadores de impostos daqui. Gostaria de ouvir, preto no branco, a dr.ª Manuela Ferreira Leite dizer que era bom que todas as autarquias e centros de poder regional fossem administrados como a Madeira o é. (Não por acaso, logo após ouvirem o coro de elogios que Durão Barroso fez à gestão de Jardim, o conclave dos autarcas do PSD veio exigir ao Governo que se deixe de leviandades, como limitar a capacidade de endividamento das autarquias ou impedir a acumulação de remunerações autárquicas com as de administradores de empresas municipais. Os maus exemplos, quando vêm de cima, são como fogo na planície.)
4 - E vem aí o fim-de-semana privado de Pedro Santana Lopes - também conhecido como congresso do PSD. Dê o Governo, o país, o mundo as voltas que der, ele consegue sempre essa extraordinária proeza de pôr os congressos do PSD a discutirem invariavelmente a sua pessoa, os seus estados de alma, os seus amuos ou entusiasmos momentâneos, o seu amor ao PPD e a sua irritação com o PSD.

E como se nada fosse: ali, no Marquês, no centro nevrálgico de Lisboa, o trânsito desespera todos os dias, ninguém sabe se as obras estão paradas ou se prosseguem, porque as máquinas, os operários, a poeira, o caos e o ar desesperadamente "africano" daquilo continua à vista todos os dias, embora ninguém perceba e ninguém explique como, para quê, por quanto tempo. E o autor político desta trapalhada vai estar ocupado durante o fim-de-semana com coisas mais importantes, como a política propriamente dita ou a questão decisiva de exigir explicações ao PSD por não deixarem o mais fiel dos PPD candidatar-se à Presidência da República. O que nos vale ainda é que há sempre optimistas. Ali, por exemplo, nas obras do túnel do Marquês, os tapumes estão decorados com cartazes da CML, cobertos de poeira, que nos garantem que "Lisboa é linda de ver e de viver", e, no "Diário de Notícias", Luís Delgado antecipa um congresso do PSD "com alívio e confiança nas convicções do PSD para a legislatura" e jura que "Durão Barroso tem aqui a oportunidade ideal para animar os portugueses". Fervo de impaciência.

Wednesday, May 19, 2004

para o Tareco sousa tavares

Não percebo de futebol , não sei se o que o senhor diz sobre o Nacional, sobre o estádio, o jogo e jogadores tem algum fundamento, mas enquanto madeirense e portuguesa sinto-me ofendida com o comentário palerma deste senhor não menos palerma, será que nós madeirenses gozamos com as "Peixeiras" e os "Andrades" que vão aos estádios do Dragão do Leão e da Águia?!!!!!!!!
Será que temos Very Lights e bombas nos nossos estádios e quintais?!!!! Sinceramente prefiro os rufadores e o coro histérico.
Lembram-se quando esteve o Sporting aqui no nosso quintal?!!!! que pintaram todas as nossas paredes?!!!!!! que destruíram um autocarro?!!!! que sujaram o Funchal (que por a caso é considerada a cidade mais limpa da Europa) que lindo que eles são... ainda prefiro os rufadores e o coro histérico...
Será que temos presidentes de Câmara e de clubes a entrar no estádios e a destruir bancadas...???? ainda prefiro os rufadores e o coro histérico... Será que nós madeirenses gozamos com o Corridinho, o Fadinho, as Chulas, etc... etc...? Porque será que o nosso Bailhinho da Madeira o incomoda assim tanto?????
Eu que sou portuguesa e natural da Madeira não me incomoda, nada mesmo nada, os hinos clubísticos de cada um, muito menos o folclore.
Incomoda-me sim o baixo nível deste senhor que age e reage como colonialista... Sr. Miguel Sousa Tavares... não ofenda estes 300 mil portugueses. Nós também contribuímos para os vossos estádios, pontes etc etc.... aliás faz tudo parte de Portugal ou não faz????

anti-nortada

Na edição de terça-feira desta semana (20/4/04) do Jornal "A Bola", no espaço de opinião "Nortadas" escrita pelo Sr. Miguel Sousa Tavares, mais uma vez e de forma inaceitável, este desculpem lá o termo "homenzinho", insultou os madeirenses, a sua cultura e a sua forma de estar.
Embora lhe seja reconhecida noutras matérias, alguma coerência nas opiniões que exprime, sempre que o assunto é ligado à nossa terra (Madeira), os insultos em relação ao nosso povo surgem de forma brutal e irremediavelmente patéticos, demonstrando que sofre lamentavelmente de "diarreia cerebral".
Nós sabemos que a raiz do problema é o poder instituído nesta Região e do Partido que o suporta, ódio irracional que o faz delirar, sempre que por qualquer razão decide falar de algum acontecimento ligado a esta terra (metendo todos os madeirenses no mesmo saco).
É inaceitável que este "cubano", como gosta de ser tratado, pelos vistos!, não respeite a nossa cultura, chame as mulheres madeirenses de "berberes" e fique sem o respectivo troco.
Julgo ser importante responder de forma contundente a tais pensamentos e actos xenófobos e racistas deste "homenzinho", que é pago (com certeza muito bem) para dizer mal de tudo e de todos (embora algumas vezes acerte em relação a outros assuntos), sendo que poderíamos começar por desafiar esse "cubano" para que diga a verdade sobre o valor da sua declaração de rendimentos e verificarmos todos se é de facto "puro" e se é uma "santidade" na terra, que se julga melhor e superior a qualquer um, jogando a primeira pedra, porque nunca cometeu pecado!
Depois deveríamos todos fazer um boicote aos jornais (não os comprando) onde se publiquem artigos deste "queque", tal como ele próprio sugeriu e bem no tempo em que a Indonésia oprimia Timor, relativamente a produtos "made in Indonésia".
Também podemos mudar de canal na altura em que o "iluminado" vai entrar em cena, nos diversos programas em que é convidado a "vomitar o seu insuportável comentário", dando-lhe o nosso desprezo.
E, para finalizar, e caso esse "inimigo da Madeira" cá apareça alguma vez e desejasse comer alguma refeição, beber um copo ou adquirir um serviço ou bem, lhe fosse rejeitada a entrada nos respectivos estabelecimentos, dizendo-lhe que: para nós madeirenses você é pessoa não grata!

uma opinião retirada da Internet sobre o grande palhaço.

Miguel de Sousa Tavares é, sem dúvida, dotado de um excepcional dom da palavra. O dom da palavra é uma arma muito poderosa, especialmente se usada em prol da manutenção da ignorância, tarefa muito mais fácil do que o combate à mesma. Ignora o sr. Miguel de Sousa Tavares que o livrinho que lê,a palestra que assiste, o cigarrinho que fuma, o cafezito que bebe enquanto troca as mesmas palavras insípidas de sempre com uma atenta e fiel audiência, o passeio que faz ao fim da tarde e todas as outras experiências monótonas que constituem a sua vidinha como a de muitos outros, QUE nenhuma delas lhe dá o conhecimento que julga ter sobre a matérias que comenta, frias e desprovidas de qualquer senso que não o induzido pela sua retórica seca e enjoativa. Não deixa de ser irónico que o atraso do país que o sr. MST tanto critica, seja fortemente condicionado por pessoas que partilham das suas opiniões. Esgota-se a paciência, é bem verdade...


miguelito sousa tareco tavares - Que grande Palhaço!!!

Miguel Sousa Tavares; Eduardo Prado Coelho; Vital Moreira. Em comum têm o facto de ser três dos mais destacados detractores da Madeira e inimigos declarados da Autonomia, que não perdem uma oportunidade para nos visarem com o seu ferrete envenenado.
O ilustre constitucionalista não passa sem um "post scriptum" sarcástico, ou até mesmo um ocasional e pastoso artigo de fundo, onde se entretém a tratar a Madeira como um dispendioso e inútil apêndice de Portugal; o reputado pensador/escritor/comentador/poeta/crítico/etc., boião de cultura e balde de meritório conhecimento, adora pintalgar as suas profundas croniquetas no "Público" com tirinhos contra Jardim, o "inimputável", tendo também uma especial apetência por "défices democráticos", "despesismos insulares" e "clichés" conexos; finalmente, o ressabiado dragão da "beicinha torta", comentador de serviço em jornais, rádios e televisões, especialista em política (internacional, doméstica e de trazer por casa), economia, artes, desPorto, bilhardices e processos de pedofilia... Sempre que a oportunidade surge, é vê-lo a zurzir na nossa terra, bastas vezes com o arrevesado argumento de que são os contribuintes do "Continente" que pagam impostos para os madeirenses viverem bem.
Neste ponto reside uma das questões que mais nos penalizam actualmente: há uma dezena de anos atrás, era comum um madeirense de passagem por qualquer ponto do território continental ouvir elogios à sua terra e ao seu Presidente do Governo: – "Cá é que era preciso um Alberto João !" – bradavam muitos, cansados de cinzentismo.
Após longos anos de exposição às teorias perniciosas destes e de outros iluminados, hoje chega a ser penoso para um madeirense frequentar certos círculos do País Rectangular: há mesmo a convicção de que somos uma "cambada de chulos" que vive à custa dos sacrifícios alheios, vivendo rodeados de luxos e benesses, a quem basta afagar os úberes da vaquinha nacional para logo termos direito às tetas... Tretas!!!
Por que raio de raciocínio tortuoso é que só os impostos de lá é que contam? Quantos transmontanos vão beneficiar da Barragem do Alqueva? Quantos alentejanos vibraram com o Porto Capital Europeia da Cultura? Quantos minhotos já se deliciaram com o Centro Cultural de Belém? Quantos algarvios percorreram extasiados os modernos quilómetros de auto-estrada que ligam Lisboa ao Porto? Finalmente, quantos açorianos e madeirenses irão assistir a jogos nos Estádios do "Erro 2004"? Quantos vão atravessar a ponte Vasco da Gama ou visitar o Parque das Nações?
Em todos os casos, certamente alguns, em certos casos eventualmente muitos – mas o dinheiro saiu do bolso de todos os contribuintes, e ninguém ladrou que andava o resto do País a pagar a barragem aos alentejanos, a cultura aos tripeiros ou as pontes aos pintas de Lisboa...
Por isso, de uma vez por todas, convençam-se de que os madeirenses também pagam impostos, e de que o que é feito na Madeira é feito em território nacional, logo é para o bem do País.
E ainda dizem que somos nós os separatistas...
RAUL RIBEIRO in DNotícias Madeira